Páginas

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Como o mundo vê o povo brasileiro.


Um olhar estrangeiro

Por Maik Oliveira

É verdade que não podemos cruzar os braços e achar que no Brasil estamos às mil maravilhas, de fato, há muito o que melhorar. Este sentimento de insatisfação com a nossa realidade é até certo ponto positivo, pois não nos deixa cair no ostracismo, na acomodação, move-nos, para continuar querendo um país ainda melhor, mais justo, com um povo mais politizado, mais crítico, eliminando de perto de nós, todas as mazelas que nos preocupam e  nos deixam indignados. No entanto, não é possível continuar acreditando em um país melhor, se não engrandecermos nossas conquistas, somos muitas vezes muito cruéis com nós mesmos, não conseguimos enxergar as conquistas que as nossas próprias lutas, a custo de suor e sangue nos proporcionaram. Não raras vezes lemos o que nossos intelectuais escrevem sobre um Brasil cheio de defeitos, sem quase nada para se elogiar. Nós mesmos, enquanto acadêmicos, passamos quase todo o tempo, trazendo à tona nossas fraquezas, sem levar em conta as muitas coisas que temos de bom, enquanto povo, enquanto sociedade organizada. Muitas vezes pensava: tudo bem, ainda temos um longo caminho a percorrer, mas, o que os de fora acham de nós, como eles, os estrangeiros, que nós tanto elogiamos e colocamos no pedestal, acham da nossa nação, do nosso comportamento, das nossas conquistas? Então, hoje recebi um e-mail, que me deixou emocionado, quem me enviou foi Gil Menezes, é o texto de uma escritora holandesa, sobre o que ela acha desse país diverso, vibrante, tão diferente de tantas outras nações, situado na América do Sul, chamado de Brasil. Segue o texto:

"Os brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil, realmente parece que é um vício falar mal do Brasil. Todo lugar tem seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maximizam os positivos, enquanto no Brasil se maximizam os negativos. Aqui na Holanda, os resultados das eleições demoram horrores porque não há nada automatizado. Só existe uma companhia telefônica e pasmem!: Se você ligar reclamando do serviço, corre o risco de ter seu telefone temporariamente desconectado.

Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o sanduíche em um guardanapo - ou de lavar as mãos antes de comer. Nas padarias, feiras e açougues europeus, os atendentes recebem o dinheiro e com mesma mão suja entregam o pão ou a carne.

Em Londres, existe um lugar famosíssimo que vende batatas fritas enroladas em folhas de jornal - e tem fila na porta.

Na Europa, não-fumante é minoria. Se pedir mesa de não-fumante, o garçom ri na sua cara, porque não existe. Fumam até em elevador.

Em Paris, os garçons são conhecidos por seu mau humor e grosseria e qualquer garçom de botequim no Brasil podia ir pra lá dar aulas de 'Como conquistar o Cliente'.

Você sabe como a s grandes potências fazem para destruir um povo? Impõem suas crenças e cultura. Se você parar para observar, em todo filme dos EUA a bandeira nacional aparece, e geralmente na hora em que estamos emotivos.

Vocês têm uma língua que, apesar de não se parecer quase nada com a língua portuguesa, é chamada de língua portuguesa, enquanto que as empresas de software a chamam de português brasileiro, porque não conseguem se comunicar com os seus usuários brasileiros através da língua Portuguesa.

Os brasileiros são vitimas de vários crimes contra a pátria, crenças, cultura, língua, etc... Os brasileiros mais esclarecidos sabem que temos muitas razões para resgatar suas raízes culturais.

Os dados são da Antropos Consulting:

1. O Brasil é o país que tem tido maior sucesso no combate à AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis, e vem sendo exemplo mundial.

2. O Brasil é o único país do hemisfério sul que está participando do Projeto Genoma.

3. Numa pesquisa envolvendo 50 cidades de diversos países, a cidade do Rio de Janeiro foi considerada a mais solidária.

4. Nas eleições de 2000, o sistema do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estava informatizado em todas as regiões do Brasil, com resultados em menos de 24 horas depois do início das apurações. O modelo chamou a atenção de uma das maiores potências mundiais: os Estados Unidos, onde a apuração dos votos teve que ser refeita várias vezes, atrasando o resultado e colocando em xeque a credibilidade do processo.

5. Mesmo sendo um país em desenvolvimento, os internautas brasileiros representam uma fatia de 40% do mercado na América Latina.

6. No Brasil, há 14 fábricas de veículos instaladas e outras 4 se instalando, enquanto alguns países vizinhos não possuem nenhuma.

7. Das crianças e adolescentes entre 7 a 14 anos, 97,3% estão estudando.

8. O mercado de telefones celulares do Brasil é o segundo do mundo, com 650 mil novas habilitações a cada mês.

9. Na telefonia fixa, o país ocupa a quinta posição em número de linhas instaladas.

10. Das empresas brasileiras, 6.890 possuem certificado de qualidade ISO-9000, maior número entre os países em desenvolvimento. No México, são apenas 300 empresas e 265 na Argentina.

11. O Brasil é 1º maior mercado de jatos e helicópteros executivos do mundo.

Por que vocês têm esse vício de só falar mal do Brasil?

1. Por que não se orgulham em dizer que o mercado editorial de livros é maior do que o da Itália, com mais de 50 mil títulos novos a cada ano?

2. Que têm o mais moderno sistema bancário do planeta?

3. Que suas agências de publicidade ganham os melhores e maiores prêmios mundiais?

4. Por que não falam que são o país mais empreendedor do mundo e que mais de 70% dos brasileiros, pobres e ricos, dedicam considerável parte de seu tempo em trabalhos voluntários?

5. Por que não dizem que são hoje a terceira maior democracia do mundo?

6. Que apesar de todas as mazelas, o Congresso está punindo seus próprios membros, o que raramente ocorre em outros países ditos civilizados?

7. Por que não se lembram que o povo brasileiro é um povo hospitaleiro, que se esforça para falar a língua dos turistas, gesticula e não mede esforços para atendê-los bem?

Por que não se orgulham de ser um povo que faz piada da própria desgraça e que enfrenta os desgostos sambando..

É! O Brasil é um país abençoado de fato.
Bendito este povo, que possui a magia de unir todas as raças, de todos os credos.
Bendito este povo, que sabe entender todos os sotaques.
Bendito este povo, que oferece todos os tipos de climas para contentar toda gente.
Bendita seja, querida pátria chamada
Brasil!!

Divulgue esta mensagem para o máximo de pessoas que você puder. Com essa atitude, talvez não consigamos mudar o modo de pensar de cada brasileiro, mas ao ler estas palavras irá, pelo menos, por alguns momentos, refletir e se orgulhar de ser brasileiro.

A. C. F. Fernandes



 


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Últimas estatísticas do blog Sociologia-hoje

Mapa dos países que mais
acessam o "Sociologia-Hoje"
Postagens: 83
Acessos: 17.208
Comentários: 73
Membros seguidores: 67
Links importantes: 8

Público geral (os 10 +)
1 - Brasil – 15.579 acessos
2 - Portugal: 734
3 - EUA – 293
4 - Angola – 66
5 - Espanha – 53
Gráfico de acessos do "Sociologia-Hoje"
6 - Alemanha – 50
7 - Moçambique – 45
8 - Rússia – 42
9 - México – 39
10 - Canadá – 18

As 10 postagens mais acessadas:
1- Como aprender sociologia - 1.037 acessos - Autor: Maik Oliveira
2 -O que faz um cientista social?- 1.003 acesos - Autor: Maik Oliveira
3 - A sociedade e a sociologia - 790 acesos - Autor: Maik Oliveira
4 - A Bahia lidera ranking de pobreza no Brasil - 419 acessos - Autor: Maik Oliveira
5 - Profissão professor (eu sou um fracasso?) - 379 acessos - Autor: André Andrade
6 - A Educação Moral e a Importância da Disciplina, um estudo durkheimiano. Parte 2 -242 acessos   Autor: Maik Oliveira 
7 - A Educação Moral e a Importância da Disciplina, um estudo durkheimiano. Parte 1 -225 acessos   Autor: Maik Oliveira
 8- Ensaio sobre a dádiva (Marcel Mauss) parte 2 – 203 acessos - Autora: Nádia Aguiar 
9.     Ensaio sobre a dádiva (Marcel Mauss) parte 1 – 162 acessos - Autora: Nádia Aguiar 
10.   Análise sociológica do tempo – 147 acessos – Autor: Wesley Tavares

  

Mês que ocorreu mais acesso:  março de 2011 – 2.421 acessos

Mês que ocorreu menos acessos: agosto de 2009 – 109 acessos

Maior pico de acessos diários: 162 acessos – 21 de março de 2011

Menor pico de acessos diários: 08 acessos – 19 de agosto de 2009

Média geral de acessos diários: 20

Atual média de acessos diários: 50

Palavras-chave mais utilizadas: sociologia, sociedade moderna, pobreza no Brasil

 

 

Fonte:Google/blogger/socializando - estatísticas - 20/12/2011

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Apenas um agradecimento


TCHAU GALERA!!
 Galera social,

durante os anos de 2009, 2010 e 2011, com muito orgulho, trabalhei na Coordenação de Comunicação do Centro Acadêmico do curso. Busquei, dentro do possível, ser arrojado em relação a construção de uma identidade visual para um curso que ainda estava começando com sua primeira turma, e depois a segunda e agora com a terceira turma e seus 120 estudantes matriculados. Num breve resumo do que foi feito, criamos a logomarca do curso, desenvolvemos layouts para todas as camisas oficiais do curso, acompanhamos e nos envolvemos diretamente na identidade visual dos dois primeiros seminários anuais, lançamos o "Socializando" jornal que teve duas edições e espero, deve continuar sendo o nome do jornal do curso, criamos o blog "sociologia-hoje" que estamos entregando com quase 17 mil acessos, cerca de 80 postagens já lidas em mais de 20 países, e quase 70 seguidores. O blog está linkado em 4 universidades e já recebeu indicações em mais de uma dezena de outros blogs de profissionais e simpatizantes das Ciências Sociais pelo país à fora. De modo que, penso que cumprimos o nosso papel, sei que poderia ser melhor, muito melhor, mas isto fica para a próxima equipe que assume a partir de agora as ações concernentes à comunicação do curso, equipe esta com competentes integrantes e que sem dúvida alguma, corresponderá à altura de um curso tão importante como o nosso. Quero agradecer a todos que colaboraram ao longo deste triênio, todos que se preocuparam em escrever algo para ser postado no blog, agradecer também àqueles que deram sua opinião, que comentaram ao ler os textos dos colegas, aos que adquiriram e usaram as camisas, que acreditaram e me deram confiança para realizar o que foi realizado, enfim, a todos que participaram comigo, direta ou indiretamente.

Torço pela nova equipe de comunicação e continuarei à disposição se solicitado for para colaborar, interagir, somar para que nosso curso seja ainda melhor.

Um abraço a todos e mais uma vez... muito obrigado.

Para finalizar minha participação, não poderia deixar de postar a zoação do momento, como bom flamenguista, dedico este filme abaixo, aos indispensáveis vascaínos, aos que com justiça, sonharam com a tríplice coroa.



Saudações rubro-negras

Maik Oliveira


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

IV Seminário de Ciências Sociais - UESC - Diversidades e desigualdades: desafios às Ciências Sociais


Conferencista Marinete Silva e o Coordenador
do Curso de Ciências Sociais, Elias Lins



Por Valério Moraes
VM – MTE/BA 3765


Historiadora abordou trajetória da luta pela igualdade


A historiadora Marinete dos Santos Silva, doutora em Sociologia Política da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), proferiu a conferência de abertura do IV Seminário Anual de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), na noite de segunda-feira, no Auditório Paulo Souto, na qual abordou o tema “A modernidade e a busca pela igualdade: uma trajetória”. Segundo ela, a Revolução Francesa de 1789 é um marco importante na história da humanidade, porque preceituou, pela primeira vez, que “todos nascem livres e iguais em direitos.”


Mesa de Abertura do Seminário


Promovido pelo Colegiado de Ciências Sociais e pelo Departamento de Filosofia e Ciências Humanas (DFCH) da UESC, o evento foi aberto com a participação da vice-reitora Adélia Pinheiro, da vice-diretora do DFCH, Josanne Morais, o coordenador do Colegiado do curso, Elias Lins Guimarães, os coordenadores do evento, professores Fábio Bila e Wladimir Blos, a coordenadora do curso de Ciências Sociais do Parfor (Plataforma Freire), Anatércia Lopes, a Orquestra Afro Gomgobira, estudantes de diversos cursos e representantes de movimentos sociais.


Apresentação da Orquestra Afro Gomgobira


Segundo a conferencista, a partir da Revolução Francesa surgiram o direito de propriedade, de busca da felicidade e a luta da mulher por mais espaço na sociedade. Com o movimento pela emancipação feminina também vieram a luta contra a escravatura e o racismo e, posteriormente, a de outras minorias, a exemplo dos homossexuais. A derrota do nazismo na II Guerra Mundial também se constituiu um divisor histórico na construção de uma sociedade mais igualitária. Marinete disse que “sempre a diferença foi marcada pela desigualdade, por isso devemos ver as diferenças, mas nunca perder de vista a igualdade. Calcar demais na diferença sem calcar na igualdade é um perigo no projeto da modernidade”, alertou.

Programação:
O IV Seminário Anual de Ciências Sociais prossegue até a noite desta quarta-feira. Os mini cursos estão sendo realizados pela manhã e à tarde, as atividades ods GTs (Grupos de Trabalho) e a Feira do Livro de Ciências Sociais e Humanas da UESC, no hall do Auditório. Na noite desta terça-feira, dia 6, haverá mesa redonda sobre “Diversidades e Reconhecimento”, tendo como moderador o professor Fábio Bila (Sociologia e Ciência Política/UESC) e a participação das professoras doutoras Marinete Silva (UENF) com a abordagem “Reconhecimento de quê e para quê?”, Anatércia Ramos Lopes (Sociologia / UESC/ PARFOR) - “Dinâmicas sociais e a democratização do Ensino Superior no Brasil”, e Emilia Peixoto Vieira (Educação/UESC) com o subtema “Desafios para uma educação formadora de sujeitos políticos". Logo após, Makell Oliveira fará a apresentação artístico-cultural “Dancehall”.


Plateia


No dia 7, às 19 horas, a última conferência tratará do tema “A produção da diversidade e da diferença no campo do gênero e da sexualidade: enfrentamentos ao regime da heteronormatividade”, ministrada pelo professor doutor Fernando Seffner (Educação/UFRGS), sob a coordenação do professor doutor Wladimir Blos (Antropologia / Ciência Política/UESC). Depois, o encerramento terá apresentação da atriz Patrícia Galdino com a performance “São Jorge de Ilhéus: A literatura de Jorge Amado.”

Valério Moraes é comunicólogo, estudante de Ciências Sociais e integra a Coordenação de Comunicação do Centro Acadêmico de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Santa Cruz.





segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Marcos Peres e o pedido de desculpas

Foto enviado pelo professor ao blog Pimenta na
Muqueca, solicitando que substitua a que
vem sendo utilizada.
O professor das disciplinas Sociologia da Educação e Estágio Supervisionado do Curso de Ciências Sociais, Marcos Peres, envolveu-se nos últimos dias em uma polêmica com contornos que talvez ele jamais imaginaria. Ao fazer crítica a determinadas músicas e danças apreciadas por parte dos baianos, disse numa rede social que as mulheres baianas dançam com "chimpanzé doido" o que causou revolta não apenas entre as pessoas comuns mas também na própria universidade, entre os acadêmicos. Este assunto, inicialmente abordado pelo site "Bahia online" repercutiu por vários outros meios de comunicação regional, estadual e até nacional. Nesta segunda- feira, o professor enviou um pedido de desculpas, comentando o post de um dos seus críticos, o jornalista Ricardo Ribeiro do blog Pimenta na Muqueca, texto também publicado no Bahia online. No texto o professor explica o uso do termo polêmico, critica o distanciamento dos acadêmicos das questões sociais, inclusive citando o próximo seminário de ciências sociais como algo feito apenas para a comunidade acadêmica sem a participação da sociedade e pondera: será que se utilizasse de palavras rebuscadas, ele chamaria a atenção para questão tão significativa? Segue o texto do professor:

Como os intelectuais podem atingir a massa? Aproximando-se dela e “massificando” suas palavras? Eis uma questão para se pensar...


Prezado Ricardo (Editor do Blog Pimenta na Muqueca),

Sinto termos nos conhecido nessa situação tão estranha e inusitada ou, no mínimo, polêmica. Ao ler sua nota “Nata além de infantilidade”, publicada no Blog Pimenta na Muqueca, percebi que o senhor se trata de uma pessoa de um humor refinado e inteligente, bem como de muita ponderação. Gostaria de parabenizá-lo por suas colocações. Mas permita-me somente observar e dar a minha opinião sobre alguns pontos destacados pelo senhor, e sobre a situação em tela.

Antes de qualquer coisa, gostaria de sincera e humildemente me desculpar com o povo baiano e nordestino, especialmente as mulheres. Estejam certos de que o meu intuito não foi nunca o de agredir, humilhar ou injuriar as baianas e nordestinas, e nem qualquer gênero, raça, etnia ou origem nacional/regional. Sabe-se que a linguagem de um povo é um aspecto muito importante na análise da Antropologia como ciência social. A língua, as palavras usadas, a simbologia presente nas práticas cotidianas, são elementos componentes no estudo de uma cultura. Os estilos da linguagem carregam a identidade de um povo. Para o antropólogo Clifford Geertz, a lingüística utilizada como recurso técnico da Antropologia Cultural analisa, entre outras coisas, os rituais, as metáforas, as figuras de linguagem e os tipos musicais que integram o cotidiano de um povo. Expressões utilizadas nessas reproduções ritualísticas da cultura são usadas de forma tão espontânea e natural pelo povo que estão naturalizadas, legitimadas e impregnadas no inconsciente coletivo. Por este motivo, impedem o “auto-estranhamento” e a “auto-análise” de suas práticas culturais. Ou seja, no jargão antropológico, isso é compreendido como a dificuldade que o ser humano tem de “ver o familiar como estranho”. Geertz, observando a briga de galos, percebe que certas expressões lingüísticas, mesmo ofensivas a um observador alienígena, são ditas naturalmente e sem constrangimento ou sem conflito algum pelo povo local. Porém, e curiosamente, estas mesmas palavras assumem um caráter ofensivo quando são pronunciadas por alguém “de fora” dessa cultura.

Tenho refletido sobre a situação ocorrida a partir dos meus pronunciamentos na rede social Facebook, sobre as danças e ritmos musicais mais veiculados atualmente aqui na Bahia (onde resido). Ao ser “de fora” (mas nem tanto, pois apesar de ser paulista de origem residi três anos na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, antes de vir para Ilhéus), talvez eu tenha observado uma “auto-depreciação” ou “auto-agressão” existentes nas práticas culturais cotidianas do povo baiano e nordestino, especialmente nas músicas de massa que hoje possuem mais popularidade aqui na região, como o arrocha, o pagode, o tecno-axé e o tecno-forró. De certo que o funk e o psy, tipos musicais mais freqüentes no sudeste-sul do país, também possuem expressões depreciativas e ofensivas, principalmente às mulheres, bem como movimentos de dança que são sexualmente apelativos e “exagerados”.

Contudo, confesso sem nenhuma demagogia, que nunca me interessei muito pelos ritmos funk e psy veiculados em São Paulo. Sabia da sua existência, mas não me incomodavam em nada e nem me atraiam curiosidade. Mesmo porque nunca os havia dançado. Preconceito intelectual? Talvez...

Porém, estranhamente, aqui no Nordeste, e, sobretudo, na Bahia, estes ritmos musicais de massa, análogos aos do Sudeste, tocaram-me ao ponto de eu me envolver, dançar e manifestar a minha opinião sobre eles, coisa que nunca havia feito, também, sobre o funk e o psy. E confesso isso sem vergonha alguma (mesmo porque ninguém está me vendo dançar, pois tenham certeza que eu fico ridículo! Sou durão e sem jeito! Risos...), que passei a me interessar pelas músicas de massa baianas e nordestinas, pois as acho envolventes em muitos aspectos, mas não tenho como não perceber a depreciação e agressão que empreendem às mulheres aqui da região e que, agora tenho maior certeza, dificilmente é percebido, exatamente pela dificuldade natural do auto-estranhamento, um recurso analítico e técnico próprio da Antropologia.

Como cientista social, um terço sociólogo, outro terço antropólogo e, outro terço, ainda, cientista político, talvez eu tenha contribuído, mesmo sem querer, confesso, para que o povo realizasse – ou iniciasse – o exercício do auto-estranhamento e da auto-reflexão cultural, observando que, na boca (ou, melhor dizendo, nos dedos que digitaram) de um “estrangeiro”, aquelas mesmas expressões utilizadas de forma natural pelos membros integrantes da cultura local, tornaram-se ofensivas, agressivas e depreciativas, ao ponto de se crucificar, apedrejar ou linchar publicamente o agente responsável por este estranhamento, que passa a ser tornar nada mais do que o “agressor”, o que “violou direitos humanos”, quando, na verdade, eles já são violados pelos próprios padrões culturais regionais (no caso as músicas).

Acredito que esse fato tenha a ver com a situação a qual vivencio atualmente. Ao utilizar as expressões “mostrar a bunda”, “chimpanzé doido”, “sensualidade”, “beleza”, “chamar a atenção dos homens”, eu somente reproduzi o que observei nos ritmos musicais locais. Pergunto: qual a diferença entre a expressão “mostrar a bunda” e “empina a bundinha”, que integra a letra da música “Pirulito”, da banda Caldeirão? Ou ainda, a diferença entre o termo “chimpanzé doido” e “macaco louco”, que é título de uma música da banda Feras do Forró? Também há alguma diferença entre as expressões “chamar a atenção dos homens” e “pára de me ligar, que isso me irrita”, ou ainda, “não vou não, posso não, minha mulher não deixa não”?, da banda Aviões do Forró? Veja Ricardo, que isso é somente uma análise antropológica de produções musicais que integram a cultura regional, e fundada na lingüística, sem nenhum desmerecimento ou depreciação das bandas aqui referidas, cujas músicas, relembro, também as vezes danço, como um “chimpanzé doido” e, pior, desengonçado (risos..).


Sobre o tango, também comecei a me interessar recentemente por ele. Na verdade, tenho estranhamente me interessado por música depois de que cheguei a Ilhéus, não sei explicar por qual motivo. Dancei forró, arrocha e axé... Interessei-me por tango... Procurei aulas de violão com um músico do Bataclan (só não comecei ainda, infelizmente, por não ter tempo...). Também comecei a cuidar mais do meu corpo, fazer dieta e academia. Enfim, todas estas coisas são completamente novas para mim, em minha vida cotidiana. Nunca havia me interessado por elas, talvez em virtude do meu isolamento, condição típica do intelectual da academia.

E por falar em isolamento, gostaria de enfatizar o distanciamento que a universidade e a vida acadêmica (bem como tudo o que é produzido aí) possuem diante da massa e da cultura popular. A música pelo menos chega até a massa. A universidade e os acadêmicos, por sua vez, estão demasiadamente distantes dela, numa condição de “privilégio” e “arrogância” diante de um povo com necessidades de apoio da classe dos intelectuais. Essa condição, como acadêmico que sou sempre me incomodou bastante. Nunca suportei diferenças, pessoas que querem se diferenciar pelo título, por nível de renda, por nome de família, por cor, gênero, beleza, raça, etc., etc. Considero, talvez ingenuamente (ou com “infantilidade”, plagiando você Ricardo, permita-me), que todos devam ser iguais, e por isso, trato a todos por igual também (ou pelo menos tento). Evito falar que sou doutor, exatamente pelo simbolismo de diferença que está presente neste título. Digo isso em sala de aula e meus alunos podem confirmar. Doutorado nada mais é do que um trabalho de pesquisa a mais. Acredito que muitos trabalhadores braçais e muitos agricultores deveriam também ser chamados de doutores, pelo tanto que conhecem de suas técnicas. Mas a sociedade, infelizmente, é injusta e estipula poder simbólico às atividades humanas.

Por fim, na condição de acadêmico, ou seja, como alguém de dentro da universidade, gostaria de revelar o seguinte para o povo: uma das maiores frustrações dos intelectuais é a de não conseguirem atingir a massa (principalmente o consumo de massa) com as suas produções, diferentemente do que ocorre com as músicas populares e massificadas, que atendem aos “gostos de classe” e aos “estilos de vida” ou o “habitus” dessa mesma massa, plagiando também o sociólogo Pierre Bourdieu (é o segundo plágio já, espero que não impliquem comigo por isso... risos).

Dessa forma, fico me questionando: será que se o meu comentário sobre a música e as mulheres fosse feito na ponderação e na linguagem rebuscada da academia, sem a utilização das expressões análogas às das músicas populares, ela ganharia a repercussão que ganhou na imprensa e na sociedade baiana? Eu teria conseguido levantar publicamente essa questão importante, e que diz respeito ao povo? Teria conseguido gerar, mesmo que minimamente, certa conscientização sobre o fato? Estou convencido que não, pois muitos intelectuais com doutorado e pós-doutorado invejam o impacto com o que certas produções culturais de baixa qualidade estética e artística conseguem atingir a massa. Veja-se, por exemplo, o caso da Bruna Surfistinha... Tenho uma amiga que é acadêmica e doutoranda em letras pela UNESP, e que está escrevendo um livro sobre as suas experiências sexuais, meio que imitando Bruna Surfistinha, para conseguir fazer com que a massa dê atenção às suas produções. Em outras palavras, só tornando-se massificada ela acredita que conseguiria ser vista pelo povo. E, cada vez mais, acho que ela tem razão...

Há um seminário de Ciências Sociais que está sendo organizado pela UESC, a ocorrer no início de dezembro, e que tratará de diferenças e desigualdades. Mas ninguém da massa ou do povo (as lideranças comunitárias, os movimentos sociais, os representantes das religiões de maior representatividade local, como o candomblé e as igrejas evangélicas, por exemplo) foi sequer chamado para manifestar suas opiniões dentro da UESC, apesar da minha insistência para que isso ocorresse. Além disso, aposto que a massa e a comunidade local do sul da Bahia nem sabe da existência desse seminário. Mas, pelo contrário, sabe dos meus comentários no Facebook sobre as músicas e mulheres baianas e nordestinas.

domingo, 6 de novembro de 2011

Carta em defesa da formação de qualidade e contra a aprovação do curso de “Especialização em Ensino de Sociologia no Ensino Médio – Modalidade à Distância” da Universidade Federal de Sergipe – UFS.

Essa carta tem o objetivo de combater a precarização da formação de professores para o ensino da disciplina Sociologia no ensino médio, que vem sendo empreendida mediante artifícios e projetos do Ministério da Educação e das Secretarias de Educação dos estados, através de projetos que visam não mais que a mercantilização da força de trabalho.


Uma das bandeiras da Articulação Nacional dos Estudantes de Ciências Sociais – ANECS compreende a luta pelo fim da educação à distância do curso de Ciências Sociais. Entendemos, enquanto estudantes que priorizam a qualidade da educação e do ensino das Ciências Sociais no país, que cursos nesse formato não contemplam os preceitos básicos da nossa formação, pois usurpam as várias vivências do estudo presencial e se tornam profícuos, no sentido de não validarem a maturação digna de nossas disciplinas e de contribuírem para a desvalorização do fazer pedagógico, sociológico e, sobretudo, fazer crescer a marginalização da disciplina; esta acaba por ganhar um caráter de menor importância frente às imponentes disciplinas das áreas técnicas, objetivas e exatas. Os modelos que explicam as questões sociais, as regras da democracia e da educação são analisados, pesquisados e elaborados com tanto afinco nas comunidades acadêmicas, para em seguida serem relidos e descontextualizados pelosórgãos do governo que, através de medidas arbitrárias e unilaterais, inserem no discurso pedagógico e no ensino das Ciências Sociais a corroboração de um senso comum alienador, transformando a sociologia em um adereço e, notadamente, impedindo que nossa produção de conhecimento se torne subsídio essencial aos movimentos de transformação social como um todo.

Combatemos o descaso das instâncias governamentais, das universidades, dos departamentos, com relação à nossa formação e consequentemente à formação de nossos futuros alunos, já que há uma demanda de Cientistas Sociais formados e concludentes que estão e estarão habilitados ao ofício de lecionar a disciplina e por arbitrariedade dos estados e do governo federal não ocupam os postos de professores de sociologia, uma vez que a lei permite que graduados das mais diferentes áreas ministrem a disciplina no ensino médio.

Combatemos ainda os muitos projetos de formação continuada cuja estrutura e objetivo dão margem a supostas qualificações e habilitações de graduados das mais diversas áreas ao ensino de Sociologia, e que são como dito, artifícios promíscuos para fazer reparos paliativos ao problema do ensino da Sociologia no Brasil. Nesse viés, percebemos nos diversos cursos do país que os departamentos de Ciências Sociais priorizam os cursos de bacharelado e as atividades de pesquisa – ainda assim com uma atuação deficitária, é importante destacar que também não somos satisfeitos em relação à pesquisa, extensão e à forma mercantil da produção de conhecimento – negligenciando as questões concernentes à docência, proporcionando poucos projetos de extensão e estágio para os cursos de licenciatura, disponibilizando de poucos professores preparados para ministrar as cadeiras de educação e para trabalhar a especificidade da didática da sociologia e as problemáticas da disciplina.

Ressaltamos que essa perspectiva de formação aligeirada forma docentes que incorporam às suas formações iniciais apenas as técnicas de como reproduzir noções que em muito não condizem com o fazer sociológico. Trata-se de um professor técnico e não um intelectual que domina as diversas ferramentas das Ciências Sociais. Os professores oriundos de cursos de finais de semana, de licenciatura curta e/ou a distância, ou de reciclagens e programas de capacitação apreendem e reproduzem um currículo tecnicista aos moldes do ensino de “Educação Moral e Cívica” da época da ditadura militar.

Exigimos o suprimento de nossa necessidade de formação para uma atuação docente crítica, que vise o ensino transformador de uma realidade quase inerte, no que tange à capacidade dos indivíduos de reconhecer os problemas sociais e de pensamento sobre o social. Nos interessamos, sobretudo, na alteração na lei que regula a exigência da disciplina Sociologia no ensino médio para que não seja permitido que graduados de outras áreas lecionem a disciplina.

Que o ensino das Ciências Sociais não se restrinja a teoria e que dialogue com o contexto social em que o aluno está inserido, entrando em confronto tanto com as dificuldades prévias e estruturais para atuação (precariedade de material didático, tempo reduzido para exposição da matéria, salário baixo,) como com o caráter apaziguador proposto pelo atual sistema educacional, que defende uma formação nos moldes das cartilhas de preparação para concursos de seleção para vestibular e para a formação de mão de obra para o mercado, legitimando a dominação de uma classe minoritária.

Nós da ANECS nos colocamos ao lado dos estudantes e professores de Ciências Sociais da Universidade Federal de Sergipe na luta contra a aprovação do curso de “Especialização em Ensino de Sociologia no Ensino Médio – Modalidade à Distância”, pois entendemos que se trata de mais uma forma de precarizar a educação e contribuir para o retrocesso da luta por uma sociedade capaz de pensar a si própria e se mobilizar pela transformação social. Salientamos que não somos contra que sejam criados cursos de pós-graduação, sejam eles lato sensu ou stricto sensu, porém essa modalidade, à distância e o formato como foi proposto tal curso, não atende em nenhum aspecto às nossas necessidades e nem as dos estudantes do ensino médio.

ANECS – Articulação Nacional das/os Estudantes de Ciências Sociais

sábado, 29 de outubro de 2011

Organizações Protestantes e Responsabilidade Social nas cidades de Itabuna e Ilhéus no Sul da Bahia

Um dos maiores teóricos da Sociologia, Maximillian Weber, ou simplesmente Max Weber, analisou que a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações individuais. Estas são todo tipo de ação que o indivíduo faz, orientando-se pela ação de outros. Importante salientar que para este teórico só existe ação social, quando o indivíduo tenta estabelecer algum tipo de comunicação, a partir de suas ações com os demais. Assim Weber estabeleceu quatro tipos conceituais de ação social, estas podem explicar a realidade social, apenas isso, mas de fato não são a realidade social, são elas:
1– ação tradicional: aquela determinada por um costume ou um hábito arraigado;
2 – ação afetiva: aquela determinada por afetos ou estados sentimentais;
3 – ação racional com relação a valores: determinada pela crença consciente num valor considerado importante, independentemente do êxito desse valor na realidade;
4 – ação racional com relação a fins: determinada pelo cálculo racional que coloca fins e organiza os meios necessários;
Ao contrário do que pensava outro grande teórico da Sociologia, Emile Durkheim, que acreditava que as regras sociais são exteriores ao indivíduo, ou seja, quando cada um de nós nascemos, a sociedade já existia e portanto as regras já estavam lá, cabendo então aos indivíduos a adequação a cada uma delas. Weber entendia que as normas e regras sociais são o resultado do conjunto de ações individuais, ou seja, tomamos parte de tudo que acontece na sociedade a partir das comunicações que fazemos por meios de nossas ações. Podemos mudar algo que está posto, por exemplo, a partir da associação e unificação de ações que fazemos com grupos que querem mudança, isto pode ser visto nas eleições, nos movimentos sociais, na observação detalhada de seguimentos da sociedade, analisando seus fins e discutindo mudanças na maneira como agem, na formação de opinião sobre determinado assunto. Por isso diz-se que Weber é o teórico da moda, pois seus pensamentos caem como luva no mundo moderno.
A partir deste contexto, durante esse ano de 2011, desenvolvemos um trabalho de pesquisa, nas cidades de Itabuna e Ilhéus, denominado: "Organizações protestantes e responsabilidade social". É na verdade um estudo de caso sobre a prática das igrejas protestantes nestas duas importantes cidades do sul da Bahia. A inquietação era a seguinte:
Sendo a sociedade organizada, o principal meio de existência das organizações protestantes, uma vez que sem ela, as mesmas não existiriam, e que também é pelas doações de dízimos e ofertas de parte dessa sociedade que elas se mantém e se desenvolvem a ponto de se tornarem organizações multinacionais, qual a contrapartida ofertada à sociedade por meio de envolvimento nas causas sociais, que sabemos não são poucas? Será que existe um trabalho social desenvolvido pelas igrejas protestantes em nossas cidades que possa por exemplo, se equivaler aos quase 22 milhões de reais arrecadados anualmente por estas instituições em nossas duas cidades? Foi em busca destas respotas que saímos ao campo, sob a orientação do respeitado professor de Sociologia da UESC, Elias Lins Guimarães. O trabalho foi apresentado no XI Congresso Luso Afrobrasileiro de Ciências Sociais, que aconteceu em Salvador no início do mês de agosto, com participação de todos os países de língua portuguesa. O resumo do trabalho, encontra-se no link abaixo, que são os anais do congresso. O trabalho completo e oficial, está à disposição para quem desejar. É só entrar em contato com este blog através de comentários a esta postagem, deixando seu contato, boa leitura a todos.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

I Seminário [Cons]ciências Sociais

Maik Oliveira
Coordenador de Comunicação/ CACiS

Os estudantes bolsistas PIBID/Sociologia/UESC em parceria com o Colégio da Polícia Militar de Ilhéus, realizarão nos próximos dias 20 e 21 de outubro o I Seminário de Sociologia do CPM, com o tema: "[Cons]ciências sociais". Segundo os idealizadores o objetivo principal é promover a interlocução entre os ensinos médio e superior, além de três específicos que são: desenvolver o interesse pela docência na área das Ciências Sociais, propiciar a troca de conhecimentos e experiências interdisciplinares e ampliar os horizontes do corpo discente/docente da unidade escolar. Participarão do evento os professores: Elias Lins, Coordenador do Colegiado de Ciências Sociais/UESC e do PIBID/Sociologia/UESC, Josley Viana - Coordenadora do Colegiado de Educação Física/UESC e PIBID/Capes, Anatércia Lopes - Vice-coordenadora do Colegiado de Ciências Sociais/UESC, Carlos Roberto - Filosofia/UESC, Flávia Melo - Antropologia/UESC, Roque Pinto - Antropologia/UESC. Também estarão presentes: Major PM Chastnet - Diretor Geral do CPM, Profª Maria Angélica - Diretora Pedagógica do CPM, Sgt. Tânia - Representante do SDDE bem como a equipe pedagógica e o corpo docente do Colégio da Polícia Militar.
Estudantes do colégio participarão em caráter regimentar, alguns deles estarão apresentando comunicações relacionados ao  tema do seminário, os bolsistas PIBID/Sociologia por sua vez desenvolverão minicursos que vão desde temáticas como "movimentos sociais" até "discriminação e preconceito". Sem dúvida alguma, uma grande sacada dos "pibidenses" Sociologia da Universidade Estadual de Santa Cruz. Um evento de vanguarda, elaborado e realizado por quem está contextualizado.
Segue a programação:

Dia 20/10/2011 Quinta-feira
Abertura do evento: 08:00h Prof. Elias
Comunicações:
08:30 h - Aldeneide Pereira (Bolsista): Vivências
09:00 h – Giovana, Hugo e Adriane (alunos do CPM): Discurso não ideológico
09:30 h - Inrtervalo
10:00 h - Álvaro Couto (Bolsista): Mitos
11:00 h – Momento cultural
11:50 h – Encerramento

Dia 21/10/2011 Sexta-feira
Comunicações:
08:00 – Lourival Leal (Prof. Sup.Pibid) Diálogo Sociológico
08:30 – Alexia e Tâmara (alunas do CPM) Marx e a divisão social do trabalho
09:00 - Karine e Tales (alunos CPM) Durkheim e a coesão social
09:30 – Minicurso sala 01: Movimentos Sociais. Ministrante: Edson Alves (Bolsista)
09:30 - Minicurso sala 02: Fenomenologia religiosa. Ministrantes: Cremildes, Álvaro (Bolsistas)
09:30 – Minicurso sala 03: Discriminação e preconceito. Ministrantes: Viviane, Thaís, Monique e Mariane
11:00 – Momento cultural
12:00 – Encerramento




segunda-feira, 26 de setembro de 2011

2011/2 - Um semestre que promete!

Por conta da greve acontecida no primeiro semestre, nosso recesso de meio de ano só aconteceu neste mês de setembro e ele já está se encerrando. Próxima segunda, dia 03 de outubro estaremos de volta à lida. Alguns iniciando o 6º período, outros navegando no 4º e a terceira turma iniciando seu 2º período. Este será outro semestre atípico, pois inicia-se agora em outubro e termina lá pras bandas de fevereiro de 2012, ano em que se espera, forma-se a primeira turma de Cientistas Sociais do Sul da Bahia. Já vão se preparando para que no natal e ano novo estejamos emaranhados com provas, créditos de disciplina, trabalhos, resumos e por aí vai. Mas é também bom lembrar que tudo isso é efêmero, tudo passa, importa é que estaremos juntos em mais uma jornada acadêmica, e nesta teremos o nosso IV Seminário, eleições para o Centro Acadêmico, ENADE pra galera da terceira turma e provavelmente aula de campo em Canudos, lá no sertão baiano, desejo do professor Elias, nosso Coordenador. Saliento também a necessidade de nos organizarmos para planejar e bem a histórica primeira formatura do curso,vai ser importante cravarmos nosso nome na história, obviamente que esta não será uma conquista apenas da turma pioneira, mas também das demais turmas, pois isto projeta e regulamenta ainda mais o curso na Universidade. Desde já, todos estão convidados a participar da festa.
Aproveito para informar que nosso Colegiado já funcionará neste semestre que se inicia lá pertinho de nós, já chegou linha telefônica, ar condicionado, móveis, até já foi nomeado um secretário permanente, o nome dele é Marcelo Ribeiro, aprovado no último concurso para Técnicos universitários, só falta agora nos organizarmos para cobrar dos gestores um pouco mais de estrutura como copiadora e lanchonete, no mais, apesar da demora, tudo está indo bem. Já era tempo não acham?!
Inicio aqui também minha despedida da Cordenação de Comunicação do Centro Acadêmico, foram 3 anos tentando construir a identidade do curso junto com a galera, penso que não fomos tão ruins (modéstia à parte) estão aí o blog, a logomarca, as camisetas (se bonitas ou feias, mas ai estão) o Jornal Socializando que estamos preparando a sua terceira edição, as participações diretas na produção visual dos II e III Seminários.Quero agradecer a todos pelo apoio e voto de confiança, mas está na hora de passar o cetro para quem está chegando cheio de energia e ideias, isso vai ser muito legal. Agora inicia-se a reta final do curso para nós do 6º período, vem ai TCC, introdução no mercado de trabalho, estágios, conclusão do projeto PIBID/Sociologia, trabalhos que vão exigir muito tempo de nós, por isso precisamos nos distanciar um pouco dessa linha de frente chamado CACiS - Centro Acadêmico de Ciências Sociais. Com a certeza de que há gente competente pra continuar a construção desse importante veículo de interação estudante/universidade.

Um abraço a todos e até breve!

Maik Oliveira
Coordenador de Comunicação

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Congresso luso-afrobrasileiro traz escritor Mia Couto a Salvador

Autor moçambicano fará a conferência de encerramento.

A cidade de Salvador foi escolhida para abrigar, pela primeira vez, o bianual e internacional Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais, este ano em sua 11.ª edição. Tendo como tema central as "Diversidades e (des)igualdades", o congresso reunirá nos dias 7, 8, 9 e 10 de agosto, na Reitoria da Universidade Federal da Bahia e nas unidades do Campus de Ondina, conferencistas de renome internacional, como o escritor moçambicano Mia Couto, profissionais e estudantes das áreas das Ciências Sociais, História, Africanidades, Linguística, Literatura e áreas afins, de todo o mundo, que falem português. Organizado por um comitê composto de pesquisadores de todas as universidades públicas da Bahia, com a coordenação do Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA (CEAO), o XI Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais realizará conferências, mesas coordenadas com especialistas, encontros paralelos e terá uma rica programação cultural, com lançamentos de livros e shows.

Durante os quatro dias do congresso, especialistas em Ciências Sociais e Humanidades de diversos países estarão reunidos para debater a diversidade e a complexidade de sociedades diferenciadas, nos mais variados aspectos, como é o caso dos países de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tome e Príncipe e Timor Leste). Para isso, se utilizarão de atividades acadêmicas, culturais e institucionais, tendo como foco o intercâmbio de produção intelectual e o aprofundamento dos seus debates sobre identidade, processos educativos e diversidades culturais, direito, cidadania, sociabilidades plurais, patrimônios culturais, e outros temas relacionados.

O tema central, "Diversidades e (des)igualdades", terá suas questões discutidas em 11 eixos temáticos durante as mesas coordenadas, que tratarão de “Identidades, poder e política no mundo luso-afro-brasileiro”, “Religiões e religiosidades: identidades e diversidades”, “Direitos e cidadanias: políticas públicas, educação, sustentabilidade e redes sociais”, “Cultura, sociabilidades e pluralismos culturais: interseções de gênero, classe, família, raça e etnia”, “Corpo, saúde e sexualidades”, “Patrimônios culturais: poder e memória”, ”Territorialidades e identidades: migrações, deslocamentos e diversidade cultural”, “Linguagens, literaturas e artes: diferenças e diversidades”, “Relações internacionais, Estado e pluralidade cultural: projetos, conflitos e conexões”, “Comunicação, ciência e tecnologia” e “Recursos naturais, campesinato e globalização: mobilização, conflitos e gestão”.

As inscrições para o evento já estão encerradas, sendo aceitos apenas participantes ouvintes. Informações adicionais podem ser encontradas no endereço eletrônico http://www.xiconlab.eventos.dype.com.br/

Fonte: Site da UFBA

quinta-feira, 21 de julho de 2011

COMEÇOU A GUERRA:Exame da OAB fere a Constituição, diz parecer da procuradoria-geral



“O exame de ordem, nada mais é
do que um teste de qualificação profissional para o exercício
da advocacia daqueles que já possuem um diploma
atestando esta mesma qualificação”.
                                                                            Rodrigo Janot


 


Subprocurador analisou recurso de bacharel contra o exame. Prova da OAB é condição para exercer a profissão de advogado.

Por: Débora Santos
Do G1, em Brasília

 O subprocurador-geral da República Rodrigo Janot afirmou, em parecer divulgado nesta quinta-feira (21), que o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) viola o princípio constitucional do direito ao trabalho e à liberdade de exercer uma profissão.

 A prova aplicada pela entidade é condição para que o bacharel em direito se torne advogado e atue na profissão. O G1 procurou o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcanti, que está em recesso e não foi localizado. A reportagem também não conseguiu contato com o presidente interino.

 “Não contém a Constituição mandamento explícito ou implícito de que uma profissão liberal, exercida em caráter privado, por mais relevante que seja, esteja sujeita a regime de ingresso por qualquer espécie de concurso público”, afirmou Janot no parecer.

 A análise foi feita pelo subprocurador ao examinar o recurso ajuizado pelo bacharel em Direito João Antonio Volante, no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele contesta a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região que julgou legítima a aplicação da prova pela OAB. O caso será analisado pelo relator no STF, ministro Marco Aurélio Mello.

Para o representante do MPF, o exame da Ordem não garante que será feita a “seleção dos melhores advogados” e pode até ser entendido como reserva de mercado.

 “O exame de ordem, visto sob esse ângulo, nada mais é do que um teste de qualificação profissional para o exercício da advocacia daqueles que já possuem um diploma atestando esta mesma qualificação”.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Criar expectativas é aceitar o compromisso de atendê-las

Por Maik Oliveira

Esta semana, numa reunião pedagógica, presenciei uma cena no mínimo curiosa. É triste observar como as pessoas às vezes não sabem lidar com o sucesso e o transforma em seu próprio algoz.
Um profissional de educação, convidado para dar  palestra para professores em uma escola da rede privada, chegou cheio de aparatos: data show, notebook, powerpoint. De repente a apresentação: "o professor fulano de tal é formado em Letras pela universidade tal, fez pós-graduação em outra tal, especialização em mais outra lá". Enquanto alguém o apresentava, ele mesmo tratou de imediatamente colocar no data show todos os seus títulos, suas conquistas acadêmicas e em seguida com ar pomposo, iniciou a palestra. Sua proposta era mostrar aos profissionais de educação presentes, os novos métodos de trabalho em sala de aula. Métodos que segundo ele, suas pesquisas e "vasta experiência" na área de educação, têm surtido grandes efeitos sobre a criançada, e, sem dúvida alguma, transformariam cada estudante em grandes conhecedores de todas as disciplinas a serem estudadas, muito mais que os velhos métodos de ensino ultrapassados, que deixou e tem deixado muita gente para trás.
Fazia suas ponderações quando uma professora resolveu comentar uma de suas colocações. Dentro do colocado, a profissional argumentou que não via daquela forma, entendia que as muitas tentativas de modernizar o ensino  transformou a educação numa suposta panacéia, aquela que pode curar todos os males, coisa que na prática não vem ocorrendo pois, muito embora o professor deseja ser um agente  transformador com melhores resultados, o sistema de ensino no Brasil engessa o processo, desmotiva o docente no seu sonho de oferecer o algo mais. E salientou: "no entanto, estudei no método de ensino tradicional e estou aqui, cheguei onde queria chegar".
O palestrante emendou: “você chegou! Mas quer ver eu te provar que o método antigo não é produtivo? Quantos de seus colegas conseguiram chegar onde você está?"
Ele não contava com a resposta da professora. Ela disse: “todos, todos os meus colegas conseguiram chegar!”
Ele arregalou os olhos e disse: "como assim? Todos?!" Outra docente mais experiente que por acaso havia sido professora da colega, completou: "sim! Todos os meus alunos chegaram à faculdade, e hoje estão  no mercado de trabalho como profissionais qualificados".
Um silêncio... uma respirada...e o palestrante disse: “ahh! Mas isso é uma exceção, na maioria dos casos, os estudantes vão ficando para trás". Se sim, ou se não, o fato é que esse episódio desconcertou o pobre rapaz, os argumentos foram ficando sem fundamentação, outros colegas entraram na discussão, de forma saudável é claro, e o que se viu nitidamente foi o rapaz amarelar. Num dado momento ficou claro que o maior desejo dele era  terminar aquela palestra  e sair daquele lugar o mais rápido possível, e foi exatamente o que aconteceu.
Não sei o que o leitor pensa, mas imagino que quando você se predispõe a defender algo, uma ideia, é preciso se cercar de argumentos poderosos, convincentes, quase irrefutáveis e se preparar para as perguntas que certamente aparecerão, ter para cada uma delas respostas que, se não respondem completamente, ao menos dê ao questionador, a sensação de que é possível que seja mesmo assim.
Particularmente não vejo nada demais em você apresentar suas credenciais, afinal, você lutou para conseguir cada uma delas, e, de modo quase geral, as pessoas gostam de saber que estão diante de uma pessoa qualificada. No entanto, é preciso estar ciente que apresentar credenciais é criar expectativas. E quando estas são criadas, por favor, satisfaça-as, do contrário, você adquire o passaporte para seu próprio fim, seja em qualquer área da vida: namoro, casamento, profissional, amizade, e tudo que diz respeito às atividades humanas. O mundo moderno, ou como queiram alguns estudiosos, o mundo pós moderno se tornou muito exigente e competitivo. Não se aceita o mediano, o quase bom, é preciso buscar a excelência. Em tempos de ISO de todos os valores, o que vale mesmo é a superação de expectativas, e não o comum, o trivial, este pode ser encontrado em quase todas as esquinas. Mas responda esta questão: depois de alcançada a excelência, por qual motivo algumas pessoas sentem repentina dificuldade em lidar com o sucesso?

sexta-feira, 1 de julho de 2011

O QUE É UM ERECS?!

Por Maik Oliveira

O Encontro Regional de Estudantes de Ciências Sociais, o ERECS, é o que podemos chamar de "Socializador de ideias". Trata-se do maior encontro de estudantes dessa área específica em todo o Nordeste e pode ser considerada uma instituição livre, se observarmos que ele é pensado, gerido e realizado apenas pelos estudantes de Ciências Sociais de uma região do país, digo assim, porque não é algo que acontece apenas no Nordeste, há encontros iguais em todo o Brasil.
O ERECS é sem dúvida alguma a grande oportunidade que os estudantes têm de conhecer ideias, outros pensares, o que está acontecendo nas universidades espalhadas pela nossa imensa Região Nordestina. Todos os estudantes da área de todas as Instituições de Ensino Superior são convidados a participar, opinar, discutir, aprovar, reprovar, questionar, construir, realizar.
É no ERECS que conhecemos nossos colegas nordestinos de estudos e futuros colegas de profissão. Podemos unificar ideias, repensar outras, saber o que está dando certo, o que não está. Os problemas enfrentados pela sociedade em outros estados nordestinos, entre tantos outros importantes conhecimentos que podem ser adquiridos em um evento como esse, contribuindo muito para a nossa formação.
Pois bem, esse evento está sendo planejado para pela primeira vez acontecer aqui no Sul da Bahia, mais precisamente na nossa querida UESC, a nossa universidade. Espera-se cerca de 500 participantes de todo o Brasil e também de outros países, que certamente serão atraídos pela temática que está sendo pensada e discutida pelos estudantes das três turmas de Ciências Sociais da UESC.
O ano de 2012 certamente entrará para a história do nosso curso e sem dúvida alguma fará com que deixemos para nossos colegas que virão nos próximos anos um legado de alto nível, para que as Ciências Sociais se destaque cada vez mais na nossa região. Trata-se de uma construção sem precedentes.
Hoje estivemos reunidos. Representantes das três turmas opinaram, discutiram animadamente cada fase do processo para a realização desse evento. O Centro Acadêmico de Ciências Sociais, o CACiS, está enviando para o ENECS, o Encontro Nacional de Estudantes de Ciências Sociais, no dia 12 de julho, dois representantes para iniciarem as discussões sobre a realidade brasileira. No dia 15 seguinte mais uma boa quantidade de nós estará seguindo para se juntar com esses dois colegas em Minas Gerais, onde estará acontecendo esse evento, para apresentar o pré-projeto do ERECS. No retorno, já com as comissões formadas, iniciaremos as ações mais específicas para a realização do evento mais importante até aqui, do curso de Ciências Sociais na Universidade Estadual de Santa Cruz, totalmente construído por nós, estudantes.
Conclamamos a todos que se junte aos envolvidos, que se apresentem para participarem das equipes que já estão sendo formadas; escolha sua área predileta, secretaria, comunicação, logística, estrutura, alimentação, tesouraria. Dê a sua contribuição e entre para a história, esteja entre aqueles que poderão dizer no futuro. EU NÃO APENAS PARTICIPEI MAS TAMBÉM AJUDEI A REALIZAR O ERECS DA UESC.E AÍ PODEMOS CONTAR COM VOCÊ?

terça-feira, 21 de junho de 2011

Greve de estudantes? Como assim?!

Por Maik Oliveira
Coordenador de Comunicação/CACiS

Os estudantes da UESC, por meio de assembleia, deflagraram a greve 2 vezes DURANTE a greve dos professores. A primeira extra oficialmente através do "Mobiliza UESC", a segunda pelo DCE, quando foi feito um plebiscito e após apuração dos votos colocados nas urnas, uma em Ilhéus, outra em Itabuna, constatou-se a pequena quantidade de votantes (não representativa, diga-se de passagem) sendo que a maioria da minoria queria a greve.

O primeiro pensamento era a unificação das pautas de reivindicação junto ao governo. Os estudantes aderiram a greve junto com os professores, com a garantia da ADUSC de que na mesa de negociação estariam também as necessidades dos discentes.

Pois bem, o questionamento de boa parte dos estudantes era como ficaria a situação da classe se os professores negociassem com o governo e acabassem com a greve sem que os intentos dos estudantes fossem contemplados na negociação. A resposta de quem estava na liderança do movimento de greve estudantil era sempre “continuaremos em greve!”

O que era evidente aconteceu. Nunca antes na história dessa universidade,parafraseando um certo ex-presidente, se viu a ADUSC andar em alinhamento com os estudantes. Sempre assistimos os estudantes fazerem descaradamente o papel vergonhoso de “massa de manobra” para pressionar o governo em benefício dos interesses da classe docente. Enquanto que os estudantes acabam sempre comendo as migalhas do que é colocado, quando comem.

Assim, com o fim da greve dos professores e a necessidade imediata de resolver as pendengas causadas pela parada grevista, cobrança do governo do Estado, novo calendário foi montado e votado hoje pela manhã, enquanto os “inocentinhos” representantes estudantis tentam em vão viabilizar uma greve que só existiu por conveniência, enquanto os professores não podiam dar faltas, nem tampouco cobrar os devidos créditos.

A verdade é que, os professores precisam trabalhar, e irão para as salas de aula. Os estudantes sem rumo, sem liderança, sem convicção, sem lenço e sem documento, ficam sem saber o que fazer, parte vai às aulas, outra parte acredita no movimento de greve. Enquanto isso os professores vão aplicar provas, vão trabalhar o conteúdo das ementas e conseguintemente vão dar falta aos “grevistas”.

A liderança estudantil da UESC desunida demonstrou nesse episódio uma total falta de articulação e influência junto aos dirigentes da IES, não conseguiram fomentar uma greve organizada, alianhada com discentes, docentes e administração.

Vi um colega dizer na sala que os professores precisam respeitar os estudantes que já fizeram história no país, como por exemplo, a atuação na luta contra a ditadura militar, parece que esse é o único discurso da classe.Mas pessoal! Não se pode viver de passado. Penso que é muita ingenuidade achar que os estudantes vão parar de estudar, de buscar suas realizações pessoais apenas por entender que a greve estudantil é direito conquistado quando os estudantes da década de 1960 foram para as ruas. Cada contexto no seu texto gente!

É preciso contextualizar, levar em conta as seguintes situações:

1. Interesses pessoais de cada estudante.
2. Interesses pessoais de cada professor.
3. O nível da representatividade estudantil no momento. Conseguem convencer a classe? Na atual realidade, é claro que não.
4. O amparo legal para a greve.
5. A unidade estudantil em torno de suas necessidades gerais.
6. O alinhamento com o corpo docente.

O momento é ruim para os colegas que moram em outros municípios e que dependem do transporte escolar para estarem na universidade, por conta do período de recesso escolar das demais instituições de ensino. Só nos resta agora contar com a colaboração dos professores para abonar as faltas dos colegas. Ao menos uma retribuição pelo apoio que os estudantes deram aos seus propósitos.

terça-feira, 14 de junho de 2011

FIM DA GREVE NA UESC

Os professores foram até onde deu. Depois de mais de dois meses parados, com o salário outrora retido agora devidamente depositado na conta, por um decreto do Tribunal de Justiça. Em assembleia realizada nesta terça-feira (14), encerraram a greve. Amanhã (15) representantes legais dos docentes assinam o acordo salarial e também um termo de compromisso que agenda reuniões bimestrais no intuito de discutir as consequências do Decreto 12.583/11 para as universidades, que entre outras coisas promove o contingenciamento das Instituições de Ensino Superior. Esse é o saldo da greve para a categoria.
Para a outra categoria, os estudantes, apenas a notícia de que as aulas devem ser retomadas na próxima segunda-feira (20). Não se tem notícia, por exemplo, de qualquer conquista, ou ao menos uma mísera promessa de que as coisas vão melhorar também para o lado mais fraco da corda, ou seja, mais uma vez, sem levar em conta que os estudantes unificaram pauta de greve junto aos professores, sem considerar que os estudantes estão sem professores em muitas disciplinas, sem estrutura adequada, sem considerar as reivindicações estudantis, as aulas vão voltar e vamos continuar na mesma.
Ficamos parados dois meses e o que ganhamos? Vamos esperar! Para ver o que acontece! Sinto que apenas o fato de termos atrasado o curso, ou no mínimo a certeza de que vamos ter que “rebolar” para dar conta de dois semestres em um. No mais se preparem, vem aí 2011/1 e 2011/2 que começa provavelmente nesta segunda-feira dia 20 e como já se comemora o São João, "Sêbo nas canelas" cambada!!!Êôô vida de gado! Povo marcado ê, povo feliz!

Maik Oliveira
Coordenador de Comunicação - CACiS

sábado, 11 de junho de 2011

Universidade Federal Fluminense, lança curso raro de Antropologia no Brasil.

O novo curso de bacharelado em Antropologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), com início em agosto deste ano, é pioneiro no Estado do Rio de Janeiro e um dos primeiros no Brasil. A primeira turma será formada, exclusivamente, por meio do Enem - com 55 vagas - e transferência externa - cinco vagas. A partir de 2012, as turmas serão formadas pelo vestibular tradicional da UFF. A iniciativa de criação do curso decorre de uma longa experiência de ensino e pesquisa desenvolvida e acumulada pela universidade nas últimas décadas, desde a implantação da disciplina no país e sua inclusão definitiva nos currículos de Ciências Sociais (licenciatura e bacharelado), até a criação do mestrado e do doutorado em Antropologia Social, no início da década de 1970.

O Departamento de Antropologia da UFF criou seu mestrado em Antropologia em 1994, inicialmente com o mestrado em Ciência Política, e seu doutorado em 2002. A partir de então, foram formados 32 doutores e 164 mestres até maio de 2011.

Os antropólogos têm sido fortemente requisitados, em todo o Brasil, especialmente para subsidiar a implementação de políticas públicas, nos âmbitos federal, estadual e municipal de governo, em todas as áreas de atuação, especialmente em educação, saúde, movimentos sociais (reforma agrária, por exemplo) e patrimônio. Além disso, a necessidade da intervenção antropológica se manifesta, especialmente, com relação às políticas de diversidade e de ação afirmativa e aos laudos referentes à demarcação de territórios indígenas e quilombolas, sem esquecer sua importância para realizações de Estudos de Impacto Ambiental (EIA), de seus relatórios (Rima) e a delimitação de áreas de conservação e preservação.

A Antropologia investiga os diversos aspectos da vida social em diferentes culturas ou sociedades humanas e sua área de atuação abrange estudos sobre parentesco e organização social, política e economia, ritual e religião, corpo e pessoa, práticas de conhecimento, arte e simbolismo. A originalidade da Antropologia como Ciência Social reside em seu interesse pelo caráter multifacetado dos fenômenos coletivos e provém tanto de seu método etnográfico de trabalho de campo intensivo como de sua abordagem comparativa de fenômenos coletivos em diferentes contextos culturais e sociais.

Outras informações pelo telefax (21) 2629-2867 e no site http://www.coseac.uff.br/. O Departamento de Antropologia está localizado no Instituto de Ciências Humanas e Filosofia (ICHF), Campus do Gragoatá, Bloco O, sala 325, São Domingos, Niterói.

Agência UFF de Notícias